Como manter suas cabras e ovelhas saudáveis

Por Isac Silva

O manejo sanitário de seu rebanho de caprinos e ovinos proporciona não apenas saúde, mas bem estar aos seus animais, segurança alimentar e bem estar aos consumidores, contribui para a preservação do meio ambiente e desenvolvimento socioeconômico de comunidades rurais. É o que dizem os pesquisadores do Instituto Educacional Santa Catarina Faculdade Guaraí – IESC-FAG, Campus Guaraí, estado do Tocantins.

Os pesquisadores indicaram que o manejo sanitário envolve quatro áreas principais: vacinação, controle de parasitas, higiene das instalações e alimentação adequada. O criador que seguir um calendário de vacinação para o seu rebanho, vai proteger os seus animais de doenças como clostridiose, brucelose,e linfadenite caseosa. A maior parte dessas vacinas é dada apenas uma vez por ano e algumas delas devem ser administradas em uma idade determinada. Por isso, é muito importante que os produtores busquem orientações de um médico veterinário para a elaboração de um calendário de vacinação para as cabras e ovelhas.

O controle eficaz dos parasitas é outro cuidado de saúde importante. Animais infestados de parasitas perdem não somente a sua saúde, como perdem a produtividade. Para um controle eficiente de parasitas, os produtores precisam integrar métodos diferentes, como o pastejo rotacionado nos piquetes, cuidados de higiene e também o uso de medicamentos. Os medicamentos antiparasitários podem ser aplicados por via oral, via injetável ou sobre o couro dos animais. O uso de remédios antiparasitários não deve ser a única estratégia de controle. Isso porque, com o passar do tempo e com o uso repetido dos mesmos medicamentos, os parasitas podem ser selecionados, sobrevivendo apenas os que são resistentes aos remédios usados. Com o passar do tempo, um medicamento que antes controlava bem as verminoses do rebanho, pode não ter mais efeito.

Quando se adotam técnicas complementares, como a rotação de pastagens, os produtores controlam os parasitas interrompendo o seu ciclo de vida. Assim, os animais não são infestados novamente pelos parasitas. Como consequência positiva, reduz a necessidade de controle dos parasitas com o uso de medicamentos.

A higiene das instalações contribui bastante para o controle dos parasitas e de animais vetores de doenças. Com isso, além de prevenir as enfermidades, há uma contribuição para reduzir o estresse dos animais, causado pelo contato com fezes e urina nas instalações ou com vetores como moscas. Os apriscos ou galpões onde os animais são abrigados ou manejados devem ser protegidos da chuva, ser bem ventilados e iluminados. A limpeza de todos os ambientes de manejo dos animais deve ser regular, não deixando dejetos acumulados por muitos dias. Isso inclui não apenas o piso. Os bebedouros e comedouros dos animais devem ser limpos, mantidos sem restos de comida. A água dos bebedouros deve estar sempre limpa.

Um lembrete importante é de sempre que o produtor comprar um animal para o seu rebanho, ele deverá ser mantido na propriedade isolado do rebanho, por alguns dias. Nesse período, o produtor vai poder observar se o animal possui algum sinal ou sintoma de doença. Pode aproveitar esses dias para realizar cuidados em saúde, para que o animal novo não transmita doenças ou parasitas para todo o rebanho. Os animais que já estão no rebanho e que são suspeitos de portar alguma doença, devem ser isolados e mantidos separados até a sua completa recuperação.

A importância da nutrição animal adequada para o manejo sanitário é que um animal bem alimentado é um animal sadio. Ele terá o seu sistema imunológico atuando para combater microrganismos causadores de doenças e parasitas. As necessidades de alimentação dos caprinos e ovinos, mudam de acordo com a idade e a fase da vida do animal. Por exemplo, as cabras e ovelhas gestantes têm uma necessidade de nutrientes bem maior que as mesmas cabras e ovelhas quando não estão gerando seus filhotes. Através da avaliação do corpo dos animais, observando, por exemplo, a visibilidade de costelas e outros ossos, ou áreas de acúmulo de gordura, os produtores conseguem identificar se aqueles animais estão bem ou mal alimentados. Outra forma de avaliar é por meio do peso dos animais e do ganho de peso, daqueles em crescimento ou em fase de engorda.

As doenças e os parasitas podem causar muitas perdas financeiras aos produtores. Por isso, mesmo sendo preciso investir dinheiro na compra de vacinas, medicamentos, na manutenção de instalações em bom estado e limpas e para produzir e fornecer alimentos de boa qualidade, em quantidade suficiente e ao longo de todo o ano para os animais, este recurso vai gerar um retorno. Este retorno financeiro costuma ser bem mais elevado do que o que foi investido.

Foto: Ovinos Santa Inês. Fonte: Seagri, Bahia.

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